Briga de gigantes: Toyota, GM, Volkswagen e Stellantis se unem contra avanço dos carros chineses no Brasil

As principais montadoras no país uniram forças em um movimento inédito para frear a expansão dos carros chineses no Brasil. Os grupos alertam sobre os riscos econômicos e industriais associados à proposta de redução de impostos para veículos importados em kits CKD e SKD, como pretende a BYD.

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por Muniz
Briga de gigantes: Toyota, GM, Volkswagen e Stellantis se unem contra avanço dos carros chineses no Brasil

Por que as montadoras tradicionais estão preocupadas com a BYD e os carros chineses?

O estopim da tensão é o pedido formal da BYD para que o governo brasileiro reduza a alíquota de importação para kits semidesmontados (SKD) e desmontados (CKD). A proposta prevê:

  • 10% de imposto para SKD
  • 5% de imposto para CKD
  • Validade até 2028

Com isso, a marca chinesa facilitaria a montagem de veículos híbridos e elétricos no Brasil, ampliando sua participação no mercado. Mas, para as montadoras tradicionais, a medida pode prejudicar:

  • A indústria local de autopeças
  • A geração de empregos
  • O desenvolvimento de tecnologia nacional

Principais riscos apontados pelas fabricantes nacionais

As quatro gigantes do setor apontam uma série de ameaças estratégicas e econômicas caso o governo aceite os pedidos da BYD e de outras marcas chinesas. Os destaques incluem:

  • Aumento do desemprego: menos fabricação local = menos empregos diretos e indiretos
  • Concorrência desigual: redução de impostos pode favorecer empresas recém-chegadas
  • Perda de inovação local: transferência de tecnologia e know-how para fora do país
  • Desestímulo à cadeia automotiva: impacto direto em fornecedores e pequenos fabricantes nacionais

Segundo a carta, o movimento pode se tornar permanente, prejudicando os investimentos bilionários que as montadoras vêm fazendo para adaptar suas linhas à eletrificação.

O que será decidido na reunião da Camex?

A proposta da BYD será debatida na próxima reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), marcada para o dia 30 de julho de 2025. A decisão poderá moldar os rumos da indústria automotiva brasileira nos próximos anos.

Enquanto o governo avalia estímulos à eletrificação e à montagem de veículos mais limpos, as montadoras tradicionais pressionam por igualdade nas condições de competição e proteção da indústria local.

Marcas chinesas avançam no Brasil: o que está por vir?

Além da BYD, outras montadoras chinesas estão de olho no Brasil:

  • GWM (Great Wall Motors): montagem local já em andamento
  • Omoda & Jaecoo: com planos de entrada em breve
  • Zeekr / Lynk & Co (Geely): avaliando operações locais
  • Geely em parceria com a Renault: produção sob demanda

Essas movimentações geram preocupações crescentes entre as marcas tradicionais, que veem seus espaços ameaçados por produtos mais acessíveis, com alta tecnologia embarcada e menor carga tributária — caso as isenções sejam aprovadas.

O futuro do setor automotivo brasileiro está em jogo

O embate entre multinacionais tradicionais e marcas chinesas em ascensão promete intensificar nos próximos meses. O governo brasileiro terá de equilibrar os objetivos de:

  • Fomentar a produção de carros elétricos e híbridos
  • Proteger a indústria nacional de autopeças e empregos
  • Acompanhar a transformação do setor automotivo global
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