Governo aumenta imposto para carros elétricos e híbridos; entenda o impacto no mercado
O governo federal deu início a uma nova etapa no processo de reindustrialização do setor automotivo brasileiro.

A partir desta terça-feira, 1º de julho de 2025, entraram em vigor as novas alíquotas de imposto de importação para veículos eletrificados, afetando diretamente o preço de carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in vendidos no Brasil.
Quais são os novos percentuais?
As alíquotas seguem um cronograma progressivo aprovado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e, agora, passam a vigorar da seguinte forma:
- Híbridos convencionais (HEV): 30%
- Híbridos plug-in (PHEV): 28%
- Elétricos a bateria (BEV): 25%
Até junho de 2025, esses índices eram, respectivamente, 25%, 20% e 18%. A escalada continuará nos próximos meses, com previsão de atingir o teto de 35% para todas as categorias até julho de 2026.
Qual o objetivo da medida?
Segundo o governo, a política tem como meta estimular a produção nacional de veículos eletrificados, criando condições mais justas para a indústria instalada no Brasil. A estratégia busca atrair investimentos em fábricas e centros de tecnologia, além de proteger a cadeia produtiva local de uma concorrência estrangeira que, até então, se beneficiava da isenção.
A medida atende, principalmente, às reivindicações da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que há anos alerta para a necessidade de evitar uma dependência excessiva da importação.
Impactos no mercado
Com o novo cenário tributário, marcas que atuam exclusivamente com veículos importados, como Volvo, BMW i, BYD, Audi e GWM, devem enfrentar um desafio imediato: repassar o aumento de custo ao consumidor ou acelerar seus planos de produção local.
Por outro lado, montadoras com presença industrial no Brasil, como Toyota (que já fabrica o Corolla híbrido em Indaiatuba) ou a própria BYD (que avança com sua planta em Camaçari, na Bahia), devem sair fortalecidas.
Segundo especialistas do setor, o mercado já começou a reprecificar modelos populares como o BYD Dolphin, o GWM Haval H6 e o Volvo XC40 Recharge.
Ainda haverá isenções?
Sim. Até 30 de junho de 2026, continuam válidas cotas de importação com isenção parcial ou total do imposto, estabelecidas por categoria e empresa. Essas cotas, no entanto, são limitadas e já estão sendo disputadas por grandes grupos.
Análise do especialista
O aumento do imposto é um divisor de águas. Ele deixa claro que o Brasil quer competir no cenário global como produtor e não apenas consumidor de carros eletrificados. No curto prazo, os preços vão subir. No médio, a indústria tende a se adaptar, gerando empregos, tecnologia nacional e inovação.
É um movimento estratégico, mas que exige agilidade das montadoras. Quem não tiver plano de nacionalização pode ficar para trás.