IPI Verde: veja quais carros elétricos e híbridos podem pagar menos imposto no Brasil
O novo IPI Verde reduz ou zera o imposto para carros híbridos e elétricos com baixa emissão e alta reciclabilidade mas apenas modelos produzidos no Brasil têm direito à isenção total. Veja quais veículos se beneficiam da medida.

O governo brasileiro publicou o decreto que oficializa o IPI Verde, um novo modelo de tributação automotiva que premia veículos com menor impacto ambiental. A medida integra o programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) e cria um sistema de incentivos e penalidades fiscais baseado em cinco critérios técnicos: emissão de CO₂, tipo de motorização, eficiência energética, segurança veicular e índice de reciclabilidade.
O que é o IPI Verde e como funciona
A nova regra estabelece uma alíquota base de 6,3% para veículos de passeio e 3,9% para comerciais leves. A partir disso, o valor do imposto pode diminuir ou aumentar conforme as características do veículo. Entre os maiores beneficiados estão carros híbridos e elétricos produzidos no Brasil, que atendam aos critérios de eficiência e sustentabilidade definidos pelo programa.
Para ter IPI zerado, o modelo precisa:
- Ser compacto ou utilitário leve
- Emitir menos de 83 g/km de CO₂
- Ter mais de 80% de materiais recicláveis
- Ser fabricado no Brasil, com etapas industriais completas
Reduções e acréscimos na alíquota do IPI por tipo de propulsão
Confira como o tipo de motorização impacta na alíquota final do IPI para veículos de passeio:
Tipo de Propulsão | Variação na Alíquota (%) |
---|---|
Elétrico 100% (BEV) | -2,0 |
Híbrido Plug-in flex ou etanol (PHEV) | -2,0 |
Híbrido completo flex ou etanol (HEV) | -1,5 |
Híbrido leve flex ou etanol (MHEV) | -1,0 |
Etanol (sem eletrificação) | -0,5 |
Flex-fuel convencional | 0,0 |
Híbrido plug-in a gasolina | +2,0 |
Híbrido completo a gasolina | +3,0 |
Híbrido leve a gasolina | +4,5 |
Híbrido plug-in a diesel | +3,0 |
Híbrido completo a diesel | +4,0 |
Híbrido leve a diesel | +5,5 |
Gasolina convencional | +6,5 |
Diesel convencional | +12,0 |
A redução acumulada pode zerar o IPI para modelos nacionais que se enquadrem em todos os critérios de sustentabilidade.
Quais modelos podem se beneficiar do IPI Verde
Híbridos flex produzidos no Brasil
Modelos como o Toyota Corolla Altis Hybrid (Indaiatuba-SP) e o Corolla Cross Hybrid (Sorocaba-SP) já atendem aos critérios para redução de até 3,5 pontos percentuais no IPI. Ambos utilizam tecnologia híbrida completa e motor flex, com eficiência energética acima da média.

A GWM também entra no radar com os modelos Haval H6 HEV e PHEV, que serão fabricados em Iracemápolis-SP. As versões futuras devem contar com propulsão híbrida compatível com etanol, elevando ainda mais o potencial de isenção tributária.

BYD avança na produção nacional
A BYD planeja iniciar a montagem de modelos como Dolphin Mini, Song Pro e King na fábrica de Camaçari-BA, em regime SKD (semi-desmontado). A produção 100% nacional deve começar em 2026, e com isso os modelos poderão se enquadrar na faixa de IPI reduzido ou zerado nos próximos anos.
Quem fica de fora do IPI Verde
Elétricos importados
Carros 100% elétricos vendidos atualmente no Brasil, como BYD Dolphin, Renault Kwid E-Tech, Fiat 500e, Peugeot e-2008, Volvo EX30, Mini SE e Zeekr X, estão fora da isenção total por não serem produzidos no Brasil. Apesar da motorização limpa, a falta de conteúdo nacional os exclui da categoria “Carro Sustentável”.
Híbridos a gasolina
Modelos como Kia Niro Hybrid, Honda Civic e:HEV e CR-V e:HEV também terão menos incentivos, ou até aumento na alíquota, por utilizarem gasolina como combustível principal e não atenderem aos critérios de eficiência e reciclabilidade.
Validade e futuro do IPI Verde
O novo sistema do IPI Verde é válido até dezembro de 2026 e deve funcionar como transição para a Reforma Tributária. Montadoras como Stellantis, Renault e Toyota já se movimentam para ampliar a produção nacional de veículos eletrificados, aproveitando os novos incentivos.
O programa representa um avanço importante, mas o desafio está em ampliar a produção local de carros elétricos e híbridos. Por enquanto, os maiores beneficiados são os híbridos flex fabricados no Brasil, mas o cenário pode mudar até 2026 com novos investimentos industriais.