Jeep Willys: o carro de guerra que virou lenda nas ruas
Durante a Segunda Guerra Mundial, nasceu um dos veículos mais lendários da história automotiva: o Jeep Willys MB.

Criado sob pressão para servir em combate, ele superou trincheiras, atravessou rios, cruzou continentes e, décadas depois, continua sendo um dos modelos mais desejados por colecionadores e amantes de carros clássicos.
Mas como um carro militar se transformou em ícone de liberdade, robustez e nostalgia? A resposta está nesta história surpreendente.

O nascimento de um ícone
Em 1940, o Exército dos Estados Unidos desafiou as montadoras a criarem um veículo leve, com tração nas quatro rodas, rápido e resistente para uso militar. A Bantam foi a primeira a apresentar um protótipo, mas o projeto acabou sendo aperfeiçoado pela Willys-Overland, que criou o modelo definitivo: o Willys MB.

O carro foi adotado oficialmente em 1941 e passou a ser produzido em larga escala. Ao todo, mais de 600 mil unidades foram fabricadas durante a guerra.
Ficha técnica do Willys MB:
- Motor 2.2 litros "Go Devil", com 60 cavalos
- Tração 4x4 com reduzida
- Câmbio manual de 3 marchas
- Peso de aproximadamente 1.100 kg
- Capaz de vencer inclinações superiores a 60%

A chegada ao Brasil e a transformação em veículo civil
Após o fim da guerra, a Willys adaptou o projeto militar para uso civil, lançando o CJ-2A (Civilian Jeep). No Brasil, a produção começou oficialmente em 1954 pela Willys-Overland do Brasil, em São Bernardo do Campo (SP). Rapidamente, o Jeep ganhou popularidade entre produtores rurais, engenheiros, militares e aventureiros.
Com o passar do tempo, a Ford adquiriu a Willys no Brasil e manteve a produção do modelo até 1983, quando o último "Jeep Willys" saiu da linha de montagem. Foram quase três décadas de fabricação nacional.
Modelos produzidos no Brasil:
- Willys CJ-3B
- Jeep Universal
- Ford Jeep (após 1967)
Por que ele continua sendo tão valorizado?
Mesmo com a evolução dos SUVs modernos, o Jeep Willys segue como um dos veículos clássicos mais cultuados. Isso se deve a uma combinação de fatores únicos:
História real – O Willys não é apenas um carro antigo. Ele representa um capítulo vivo da Segunda Guerra Mundial e do desenvolvimento rural brasileiro.
Robustez e simplicidade – Sem eletrônica, sensores ou componentes frágeis. Era um veículo feito para durar, mesmo nos terrenos mais difíceis.
Design atemporal – Linhas retas, grade frontal com sete fendas, para-lamas altos. O visual é tão marcante que ainda inspira os Jeeps modernos.
Alta valorização – Um Jeep Willys restaurado pode custar entre 80 mil e 150 mil reais. Versões militares originais chegam a valer mais em leilões internacionais.
O Jeep Willys é muito mais do que um veículo antigo. Ele simboliza liberdade, resistência e uma era em que os carros eram feitos para durar. Sua origem militar, longe de ser um detalhe técnico, é parte essencial do fascínio que exerce até hoje.
Restaurado ou preservado, ele continua despertando olhares nas ruas, trilhas e exposições. E prova, com o tempo, que algumas lendas não se apagam — apenas ganham mais valor.