Montadoras alertam para escassez de ímãs de terras raras: dependência da China ameaça produção global
A indústria automotiva mundial está em alerta. Montadoras como GM, Ford, Volkswagen, Hyundai e Stellantis emitiram um comunicado oficial alertando sobre o risco de paralisação em suas linhas de montagem devido à escassez de ímãs de terras raras — materiais essenciais para a fabricação de veículos, especialmente os modelos elétricos e híbridos.
China domina mais de 90% da produção de ímãs de terras raras
O problema está diretamente ligado à dependência quase total da China, que concentra mais de 90% das reservas e produção mundial de terras raras. Em abril de 2025, o governo chinês restringiu a exportação de seis metais pesados e ímãs derivados, exigindo licenças especiais para a liberação dos materiais. O processo, no entanto, tem sido lento e burocrático.
Com isso, empresas globais estão tendo dificuldades em adquirir componentes críticos para a produção de transmissões automáticas, alternadores, motores, sensores e sistemas eletrônicos.
Alerta das montadoras aos Estados Unidos
No dia 9 de maio, a Alliance for Automotive Innovation e a MEMA (Associação de Fornecedores de Veículos dos EUA) enviaram uma carta conjunta ao governo dos Estados Unidos. O documento alerta que, sem o fornecimento confiável de ímãs de terras raras, a produção automotiva poderá sofrer sérias interrupções ainda em 2025.
Empresas como a Bosch já relatam impactos diretos devido aos atrasos na emissão de licenças pela China.
Setores afetados vão além da indústria automotiva
A escassez de ímãs de terras raras também atinge outros setores estratégicos, como:
- Defesa (mísseis, radares e drones)
- Aeronáutica
- Robótica
- Tecnologia de ponta
- Equipamentos médicos e industriais
Soluções em debate, mas o prazo é longo
Embora os Estados Unidos e países europeus estejam discutindo alternativas, como o investimento em novas minas, reciclagem de materiais e tecnologias substitutas, especialistas alertam que a formação de uma nova cadeia de suprimentos pode levar de 10 a 20 anos.
Enquanto isso, a dependência da China continua sendo um ponto crítico de vulnerabilidade para a produção industrial mundial, especialmente em setores que estão em transição energética, como o de veículos elétricos.