Tarifas de Trump reduzem lucro da GM em US$ 1 bilhão e derrubam ações em 8%
A General Motors registrou queda de US$ 1,1 bilhão no lucro trimestral devido às tarifas de Donald Trump. Ações da montadora caíram 8% e futuros investimentos podem ser impactados.

GM tem prejuízo bilionário com tarifas e vê ações despencarem
A General Motors registrou um impacto de US$ 1,1 bilhão no lucro do segundo trimestre de 2025, reflexo direto das tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Mesmo assim, os resultados superaram as estimativas dos analistas, sustentados por fortes vendas de picapes e SUVs movidos a gasolina no mercado norte-americano.
Prejuízo pode aumentar no terceiro trimestre
A GM informou que as tarifas devem pesar ainda mais nos resultados do terceiro trimestre. A projeção da empresa aponta perdas entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões ao longo do ano. A fabricante declarou que já trabalha para compensar cerca de 30% dessas perdas com cortes e ajustes operacionais.
Ações da GM caem e receita recua
Logo após a divulgação dos resultados, as ações da GM caíram cerca de 6% no início do pregão. A receita do trimestre, encerrado em 30 de junho, caiu quase 2%, totalizando US$ 47 bilhões. O lucro ajustado por ação ficou em US$ 2,53, abaixo dos US$ 3,06 registrados no mesmo período do ano anterior.
GM ainda supera previsões de analistas
Mesmo com queda, o lucro ajustado por ação superou a estimativa média da LSEG, que era de US$ 2,44. Já o lucro antes de juros e impostos (EBIT ajustado) teve retração de 32%, fechando em US$ 3 bilhões no trimestre.
Revisão de projeções anuais e impacto no planejamento
A GM foi uma das montadoras que revisaram suas projeções de lucro anual. A estimativa de lucro operacional ajustado foi reduzida para a faixa entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões, projeção mantida mesmo após o novo balanço.
Vendas nos Estados Unidos continuam em alta
Apesar das pressões, o desempenho no mercado interno foi positivo. As vendas nos Estados Unidos subiram 7%, com a GM mantendo os preços altos em suas linhas de picapes e SUVs, mantendo a rentabilidade dessas categorias.
Operações na China voltam a registrar lucro
Na China, a GM conseguiu reverter o prejuízo do ano anterior, registrando lucro novamente. O mercado asiático segue como peça estratégica para a estabilidade financeira da montadora.
Corte de custos e foco no fortalecimento da linha a combustão
Analistas alertam que a GM poderá ser forçada a reduzir investimentos em novos projetos para equilibrar os impactos das tarifas. Nos últimos meses, a montadora tem apostado em ampliar sua linha de veículos com motor a combustão.
Stellantis e Ford também sentem efeitos das tarifas
A Stellantis, dona da Jeep, informou que as tarifas devem afetar significativamente os resultados do segundo semestre de 2025. A empresa já contabiliza um custo de 300 milhões de euros no primeiro semestre. As ações da Ford e da Stellantis caíram cerca de 1% na mesma semana.
GM investe US$ 4 bilhões em fábricas nos EUA
Em junho, a GM anunciou um investimento de US$ 4 bilhões em unidades localizadas em Michigan, Kansas e Tennessee. O plano inclui a transferência da produção do Cadillac Escalade e a ampliação da fabricação de suas principais picapes, além da mudança da montagem do Chevy Blazer do México para o Tennessee.
Importações e estratégias frente às tarifas
Atualmente, cerca de 50% dos veículos vendidos pela GM nos EUA são importados, especialmente do México e da Coreia do Sul. A Ford, em contrapartida, fabrica 80% dos veículos em território norte-americano. A GM enfrenta o desafio de manter competitividade mesmo com tarifas elevadas sobre importações.
Fim de incentivos e desaceleração dos carros elétricos
O crescimento dos veículos elétricos está desacelerando nos EUA, tendência acentuada com o fim dos créditos fiscais de até US$ 7.500 para modelos novos e US$ 4.000 para usados, previsto para setembro. Isso tem levado as montadoras a priorizarem novamente seus veículos a gasolina.
Leis de Trump favorecem combustíveis fósseis
Leis aprovadas durante a gestão Trump também eliminaram multas por descumprimento de metas de eficiência energética, incentivando a continuidade da produção de modelos a gasolina. A GM, embora mantenha planos de eletrificação para o futuro, reforça seu foco no curto prazo em segmentos que seguem altamente rentáveis.
Declaração da CEO da GM sobre o futuro dos elétricos
Segundo a CEO da GM, Mary Barra, o crescimento dos elétricos pode ter desacelerado, mas a empresa ainda acredita em um futuro sustentável e rentável. “Nosso foco de longo prazo permanece na produção lucrativa de veículos elétricos”, afirmou a executiva durante conferência com investidores.