Volvo anuncia demissão de 3 mil funcionários em meio à crise global
A montadora sueca Volvo Cars anunciou nesta segunda-feira, 26 de maio de 2025, a demissão de 3 mil trabalhadores em todo o mundo.

A decisão faz parte de uma ampla reestruturação corporativa diante dos desafios enfrentados pelo setor automotivo, incluindo a queda na demanda por veículos elétricos, aumento de custos operacionais e instabilidade no comércio internacional.
Quais setores e países serão mais impactados?
Segundo o comunicado oficial da empresa, os cortes atingem principalmente cargos administrativos — como pesquisa e desenvolvimento, comunicação e recursos humanos. A maioria das demissões ocorrerá na sede da Volvo em Gotemburgo, na Suécia, mas haverá impacto também em filiais da América do Norte, Europa e Ásia.
Redução da meta de eletrificação até 2030
A Volvo também anunciou que está revisando sua meta de eletrificação. A antiga meta, que previa uma frota 100% elétrica até 2030, foi readequada para um intervalo entre 90% e 100% de veículos eletrificados, o que inclui também modelos híbridos. A revisão ocorre após uma desaceleração na adoção de veículos elétricos em mercados estratégicos, como Estados Unidos e Europa.

Custos crescentes e barreiras comerciais
Outro fator relevante na decisão da Volvo é o aumento dos custos de produção, especialmente com matérias-primas e logística. Além disso, tensões comerciais entre blocos econômicos vêm gerando incertezas. A empresa destaca que as tarifas impostas pelos Estados Unidos a veículos importados afetam diretamente suas operações, já que boa parte da produção da Volvo é feita na Europa e na China.

Impacto financeiro e reação do mercado
O custo da reestruturação está estimado em 1,5 bilhão de coroas suecas, cerca de R$ 900 milhões. Esse valor impactará os resultados financeiros do segundo trimestre de 2025, com reflexos previstos até 2026.
Apesar do anúncio negativo, o mercado reagiu positivamente: as ações da Volvo subiram 3,6% no dia, embora ainda acumulem queda de 24% no ano. Analistas interpretam a reestruturação como uma medida dura, mas necessária para garantir a competitividade da montadora nos próximos anos.
A crise enfrentada pela Volvo evidencia os novos desafios da indústria automotiva global, marcada pela transição energética, custos crescentes e incertezas políticas. A readequação da estratégia da empresa indica que a corrida pelo carro elétrico pode levar mais tempo do que se imaginava.